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domingo, 13 de novembro de 2011

3º DIA - LUBANGO-TSUMEB (13/11/11)

Caros amigos,

Ontem não me foi possível dar-vos conta dos acontecimentos do terceiro dia de viagem porque chegámos exaustos na sequência de 15 horas de estrada, com um despertar às 4h00 da manhã, e por não haver internet no Dross Lodge, onde ficámos alojados.


Começo por deixar uma nota fundamental para os amigos e familiares que nos seguem de longe: numa viagem de mota de 17.000Km, sobretudo quando envolva picadas, é NATURAL que haja quedas (sobretudo nos troços de areia e terra). É por isso que os nossos motards têm os melhores equipamentos de segurança disponíveis no mercado. Dito isto, QUALQUER REFERÊNCIA A QUEDAS DE MOTARDS, IMPLICA NÃO TER HAVIDO QUAISQUER LESÕES NOS CONDUTORES. Caso ocorra o impensável (de quedas que envolvam lesões), sejam elas graves ou menores, farei referência expressa às lesões sofridas.

O despertar para a etapa mais dura até à data, como já referi atrás, foi às 4h00 da manhã uma vez que nos esperavam 738Km, que incluíam 90Km de picada onde, naturalmente, aconteceram as primeiras quedas dignas desse nome.

Assim, às 4h30 da manhã, a nossa amiga Irene, do Casper Lodge, tinha um sultanesco pequeno almoço preparado exclusivamente para nós. Foi o tónico que precisávamos para nos dar ânimo madrugador! Um renovado obrigado à Irene pela incondicional disponibilidade para proporcionar todo o conforto de que precisávamos (e até mais!).

Assim, respeitando quase em absoluto o que ficou combinado, conseguimos fazer-nos à estrada às 5h15, deixando para trás a Ana Maria, mulher do Eleven Jorge Portugal, que nos acompanhou no primeiro carro de apoio durante as duas primeiras etapas. Uma vez mais, a Brigada de Trânsito escoltou-nos, desta vez até à fronteira de Santa Clara. Não nos cansamos de agradecer o enorme empenho e paciência (dadas as numerosas paragens para fumar cigarros, afinar suspenções, etc) realizadas ao longo do percurso.

Uma nota especial para o Paulinho da TTT que, na qualidade de profundo conhecedor do percurso, nos acompanhou também até à fronteira e foi igualmente incansável no apoio que nos deu.


Passando à descrição do percurso propriamente dito, começou com mais de uma centena de quilómetros de bom alcatrão, na ligação entre Lubango e Cahama, já na província do Cunene, onde chegamos pelas 7h10. A partir daqui começou a parte difícil da etapa, com 90km de picada até ao Hume. Se dúvidas houvesse sobre a dificuldade do percurso, o amortecer partido do Luís Rio logo nos primeiros minutos de picada, deixariam bem claro que íamos ter um troço duro. Percorridos que estavam 250km na etapa, em plena picada, um dos pneus traseiros do carro do Paulinho furou mas a troca foi feita em 15 minutos e seguimos caminho. Pouco depois, os carros de apoio foram informados que o Miguel Mota tinha caído na areia sem qualquer consequência para ele ou a mota e depois de ser ajudado a levantar os mais de 350kg de mota, seguimos caminho. Não tão inconsequente foi a queda do Marito que resultou num pequeno entorse nom pé direito, mas nada que o impedisse de terminar a etapa. Finalmente, o primeiro carro de apoio (quem mais?! - como já terão percebido, eu e o Filipe somos os membros do segundo carro de apoio) perdeu a antena de comunicações mas foi recuperada e devidamente montada de novo. Há boatos de duas quedas do Nicolas mas não foi possível confirmar esta informação uma vez que o próprio apenas assume uma queda e meia! Também o Jorge Portugal se estreou nas quedas, uma vez mais sem qualquer consequência física ou material.

Chegados ao Humbe, regressamos ao alcatrão de qualidade e voltamos a devorar quilômetros a uma velocidade muito razoável. Aqui, o único apontamento digno de nota é o furo do pneu traseiro do Mário Fontes, que foi rapidamente remendado e atrasou a nossa marcha em cerca de 10 minutos.

A etapa levava 391km percorridos quando entramos em Ondjiva, capital da província do Cunene, sob 37 abrasadores graus de temperatura. Aproveitamos esta passagem para reabastecer carros e motas, e encher 7 reservatórios suplentes que viajam no tejadilho do segundo carro de apoio.

Chegámos à fronteira de Santa Clara estavam percorridos 440km na etapa, não sem antes percorrer os 40km de picada da estrada de ligação entre Ondjiva e a fronteira, que se encontra em reconstrução total.

Chegados à fronteira tivemos a amável colaboração dos elementos da DNEFA e da Alfândega. Um sentido agradecimento aos elementos da autoridade pela agilidade com que trataram da documentação das 16 pessoas da comitiva. Também o nosso amigo Luís Marques foi incansável na ajuda que nos deu na fronteira, em especial do lado namibiano.

Concluímos o passagem para território namibiano às 15h30 e aproveitámos para fazer uma paragem para refeição ligeira e refrescos. Concluída esta parte de convívio e repouso, fizemo-nos à estrada para percorrermos o ultimo troço do dia.

Logo no inicio do ultimo troço fomos forçados a uma paragem rápida quando o Zé Luís foi atingido por um objecto não identificado no olho. Uma vez mais, felizmente, não houve qualquer consequência de maior e a Nanda, a nossa medica de serviço, deu alta ao paciente de imediato.

Às 20h15, hora local (mais uma do que em Angola) o ja suspeito primeiro carro de apoio rasga um pneu da frente. A experiência já adquirida e a ajuda de alguns Eleven que ainda não tinham ultrapassado os carros de apoio na seqüência do controlo veterinário na estrada, permitiu resolver rapidamente a situação e retomar a marcha (a cerca de 80Km da chegada).

Chegámos ao Hotel Dros já de noite, às 21h20, com 730km percorridos e muito cansaço acumulado. Feito o check in no portão do hotel rumámos aos quartos onde fomos surpreendidos pela falta de água e, mais tarde, pelo restaurante fechado. O jantar foi feito à base de hambúrgueres e cachorros comprados na estação de serviço mais próxima.

A noite acabou tarde para alguns dos Eleven dado que ainda foram à oficina onde o Hedley iria trabalhar ao longo de toda a noite para trocar os pneus de taco por pneus mistos nas 12 motas, para irem buscar um jogo de pneus suplentes para cada Mota, que foram divididos pelos dois tejadilhos dos carros de apoio.

3 comentários:

  1. Força para todos e em especial ao Nikolas!!!
    Mais vale uma queda e meia que duas!!!
    Ahahaha!!!

    Grande abraço

    Artur Morais Cruz

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  2. É verdade caro repórter, que deste lado se estranhou a ausência da crónica. Mas estamos muito gratos por ela existir.Da minha parte os melhores agradecimentos, pois serve para renovar os votos habituais: poucas e inconsequentes quedas, zero furos, bastante comida e bebida nas pausas. Bons sonos e melhor viagem.7UP

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  3. Se os ONZE chegarem todos a Portugal, serão apelidados dos «Onze cavaleiros de Angola».

    Se só chegarem 7, aí já será publicidade á «7UP»!
    VAMOS LÁ A «TORCER», PELOS ONZE.
    Ao oitavo dia estão cumpridos +/- 4.400Kms, que correspondem a 26,6% do percurso. Bom descanso com as «patroas» em Dar a partir de domingo.

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